Casos de Uso do Método Bobath no Brasil

Paralisia Cerebral (Infantil, Hemiplegia Espástica)

Histórico: Relato de caso de uma criança de 2 anos e 7 meses com paralisia cerebral (encefalopatia crônica não progressiva) do tipo hemiplegia espástica direita. A criança apresentava equilíbrio reduzido, pouca mobilidade nas cinturas escapular e pélvica, usava órtese AFO no membro inferior direito e não utilizava o braço direito nas atividades diárias. O tratamento fisioterapêutico foi iniciado precocemente (aos 6 meses de idade) e seguiu o conceito neuroevolutivo Bobath, com sessões de 50 minutos, duas vezes por semana, em ambiente lúdico adaptado com brinquedos, rolos e bolas terapêuticas.

Resultados: Após aproximadamente 8 semanas de intervenção, a criança apresentou evolução significativa no desenvolvimento neuropsicomotor. Houve aumento de força muscular e da mobilidade escapular e pélvica, além de conquista de independência motora na marcha e nas atividades de vida diária. A mãe relatou melhora no convívio social, evidenciando o impacto positivo do Bobath na qualidade de vida familiar e social. Fonte: Relato de caso apresentado na Mostra de Pesquisa em Ciência e Tecnologia, Fortaleza.

Síndrome de Down (Infantil, Atraso Motor)

Histórico: Estudo de caso quantitativo com um paciente infantil (sexo masculino) com Síndrome de Down, atendido em uma clínica-escola de fisioterapia no oeste da Bahia. O paciente apresentava hipotonia muscular e atraso importante no desenvolvimento motor – na avaliação inicial pela escala GMFM-88 obteve apenas 0,74% do escore total, indicando déficit motor grave. Foi então aplicado um programa de fisioterapia baseado no Conceito Bobath, com avaliações pré e pós-tratamento para medir a evolução motora.

Resultados: Após a intervenção, observou-se melhora motora acentuada. O escore global no GMFM subiu de 0,74% para 6,5%, com ganhos expressivos nas dimensões avaliadas. Clinicamente, o método Bobath mostrou grande eficácia na evolução das habilidades motoras, com influência positiva na modulação do tônus muscular e aquisição do controle postural. Houve melhora das reações de equilíbrio, coordenação de movimentos e, principalmente, avanço na funcionalidade e independência nas atividades diárias.

Acidente Vascular Cerebral (Adulto, Pós-AVC)

Histórico: Estudo de caso longitudinal com dois pacientes adultos com sequelas de AVC atendidos em ambiente universitário. Foi implementada uma reabilitação baseada no conceito Bobath, integrada a atividades terapêuticas relacionadas ao trabalho, como parte do tratamento em terapia ocupacional. Antes da intervenção, os pacientes apresentavam déficits sensório-motores significativos decorrentes do AVC, afetando sua mobilidade e desempenho em atividades cotidianas. As avaliações iniciais incluíram testes padronizados (Wolf Motor Function Test, Fugl-Meyer e COPM) para mensurar função motora e desempenho ocupacional.

Resultados: Após o período de reabilitação, os pacientes apresentaram ganhos funcionais importantes: aumento da velocidade e qualidade do movimento, melhoria da amplitude articular, coordenação e força muscular nos membros afetados. Também houve melhora do desempenho ocupacional (trabalho e vida diária) e maior satisfação com as capacidades funcionais. Os autores concluíram que a associação do Bobath com atividades ocupacionais produziu resultados positivos na recuperação motora e autonomia pós-AVC.

Paralisia Cerebral (Blog informativo para famílias)

Um blog profissional voltado a famílias de crianças com necessidades especiais destacou casos de sucesso com o método Bobath. Segundo o Blog do Amigo Panda, essa abordagem neuroevolutiva já ajudou muitas crianças e adultos com dificuldades motoras (como na paralisia cerebral) a desenvolver ou recuperar funções e a viver com mais qualidade de vida. O método é baseado na neuroplasticidade e trabalha o controle postural e os movimentos adequados; é indicado para diagnósticos como paralisia cerebral, AVC e outras lesões neurológicas. Por meio de movimentos facilitados e estímulos sensoriais, o Bobath otimiza funções motoras e previne padrões anormais, contribuindo para maior independência e segurança nos afazeres diários.

Mielite Transversa Aguda (Adulto, Lesão Medular)

Histórico: Relato de experiência no tratamento de um paciente adulto (40 anos, sexo masculino) com mielite transversa aguda, uma lesão medular desmielinizante. Dois anos após o diagnóstico, o paciente apresentava paraparesia espástica nos membros inferiores – usava cadeira de rodas para se locomover, conseguindo apenas breves períodos em pé com auxílio de andador. A intervenção consistiu em fisioterapia neurofuncional baseada no conceito Bobath, voltada à função: foram realizados exercícios de tronco e pernas (como ponte, fortalecimento de quadris com bola terapêutica, estímulos de dorsiflexão e treino de postura em pé) adaptados às capacidades do paciente durante tarefas funcionais.

Resultados: Já nas primeiras sessões observou-se melhora mensurável: aumento do tempo em pé no andador (força/controle postural) e redução da espasticidade muscular, com movimentos mais funcionais. A melhora perceptível antes/depois de cada sessão motivou o paciente a manter o tratamento, indicando que a terapia baseada no Bobath pode proporcionar progresso motor mesmo em lesões neurológicas crônicas.